sábado, 24 de março de 2012

I miss you, guys.

Acordei meio sem rumo, tem sido assim os últimos dias. Marvin acha que é a crise dos 23, ele e essa mania de inventar uma crise para cada idade. Eu sempre achei que quando terminasse a universidade ficaria com mais tempo livre para os meus projetos. Sempre olhei as pessoas imersas em suas rotinas e agora estou aqui, ocupada demais com a minha. Me sinto estúpida por isso, por ir ao meu trabalho, pagar as minhas contas, escrever o meu projeto de mestrado, ir para o cursinho melhorar o meu inglês. Sei que parece estranho, mas não quero terminar como essas  pessoas que deixam os ideais em segundo plano. Sinto falta de quando era apenas uma universitária sonhadora de calças rasgadas, ouvindo Led Zeppelin e achando que mudaria o mundo. Sinto falta de tempo para Hemingway, Naomi KleinHow I met your motherSinto falta dos meus amigos, do odor repugnante de seus cigarros, das rodas de violão, dos recitais. Mas ao mesmo tempo, sinto que isso tudo é passageiro e necessário, é só mais uma etapa na minha lista interminável de metas. E por mais que digam que são só coisas da juventude, eu sei que jamais abandonarei minhas causas perdidas. Seja por amor, seja pelo que for.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

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Hoje durante o café estava folheando uma edição da Istoé, quando me deparei com uma matéria do Samuel Bowles entitulada: "Darwin estava errado." A priori, como toda boa admiradora Darwiniana, minha impressão foi de uma ousadia tremenda. Mas, no decorrer do texto, o Samuel apenas defende a teoria de que os seres humanos progrediram graças aos grupos mais altruístas e argumenta que há muita gente hoje fazendo coisas enormes para defender uma causa. E que a seleção natural pode, sim, produzir espécies altruístas e cooperativas, em vez de seres humanos inteiramente egoístas. Nesse aspecto então, Darwin estava errado. Eu fico feliz com resultados desse tipo. Feliz que a ciência de hoje se disponha a fazer pesquisas desse tipo. Feliz, principalmente em ver as pessoas e suas causas, perdidas ou não, cada vez mais convencidas das razões para acreditar que as coisas estão melhorando, que tendem a continuar assim. 


Como diria o meu amigo Andarilho, e devagar nosso mundinho vai se acertando.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

alguma coisa

estou sem fósforos,
as molas de meu sofá
estouraram.
roubaram minha maleta.
roubaram minha tela a óleo de
dois olhos rosados.
meu carro quebrou.
lesmas escalam as paredes de meu banheiro.
meu coração está partido.
mas as ações tiveram um dia de alta
no mercado.

Charles Bukowski
em O amor é um cão dos diabos

PS: Sem inspiração nehuma para criar;
PS²: Saudações ao grande Buka, um dos poucos poetas que admiro. Ele que não escreve essas coisas demasiadamente melosas que tanto me enjoam. ãnh.

sexta-feira, 18 de março de 2011

"boletim do tempo"

Mais um ano. Nova sequência de cruzamentos astrais entre as órbitas de marte e júpter e blá  blá blá. De fato, é só  mais um aniversário.
Me sinto bem em compactuar com Darwin e sua teoria, mesmo que em alguns aspectos eu sinta que nunca vou evoluir, continuarei a mesma caretona. Um dia me apaixonei pela literatura lendo um livro do Luiz Fernando Veríssimo, eu tinha treze anos, mas lembro como se fosse hoje. Sempre achei que teria uma banda de rock em algum lugar do futuro. É, eu sempre fui assim meio retardada mesmo. Quando entrei na universidade achava que aos vinte teria mudado o mundo, ou percebido que ele não tem mais jeito. Então, pegaria uma mochila, encheria de tralha e sairia por ai, andarilhando. Mas ainda não desisti, embora volta e meia sinta vontade. Não sei de onde tiro toda essa fé que deposito nas pessoas, mas definitivamente ainda acredito nelas e em um mundo melhor.
Talvez meus pais esperassem que eu escolhesse uma carreira mais promissora, mas não é esta a parte que me cabe desse latifúndio. Eu tento conviver bem em sociedade, mesmo achando às vezes que estou  inserida numa competamente incompatível. Ainda assim, continuo fazendo minhas escolhas. Algumas vezes escolhi errado, nunca entendi direito como pude magoar algumas pessoas, ou me perder de outras, mas acabei aprendendo com essa coisa da ilogicidade que a vida tem. Sempre quero fazer tudo, minha mãe vive dizendo que não dá para abraçar o mundo com as pernas, mas acho que isso nunca vai mudar. Não me sinto maluca por isso, pelo menos não só por isso. Tanto que hoje, quando me vejo correndo contra o tempo, no último ano de graduação, monografia por fazer, trabalho, duas universiades, inglês, projeto de extensão, penso que estou exatamente como previ há um tempo atrás. Talvez eu esperasse um pouco mais de tempo livre para coisas simples, como ler Bukowski na rede, ouvir um disco do Dylan, passear com o cachorro e ver o pôr-do-sol, mas essa coisa de tempo é bem relativa. Agora mesmo imagino que em breve as coisas terão melhorado dentro de suas possibilidades e minhas perspectivas. Espero fazer parte dessa mudança. Espero não me corromper perante meus sonhos, seja pelo que for, seja por amor às causas perdidas, como canta o humberto. Acho que chega né? Ano que vem falo mais, por ora é isso.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

eu quero a esperança de óculos

Há quem faça as compras, há quem faça as contas, já dizia o Humberto Gessinger no vídeo de ano novo. Eu não fiz nenhum dos dois ainda. De que vale mudança no calendário se o mundo continua ignóbil e se continuamos os mesmos, comendo lentilha,  lembrando das criancinhas africanas e fingindo que o mundo é diferente. Mas não é. É a mesma merda. Ainda assim, gosto dessa atmosfera, mesmo sendo ela utópica e hipócrita ao mesmo tempo. Como pode? Gosto da festa, dos amigos reunidos, de chegar em casa, abraçar o cachorro e ficar olhando o tempo, sentindo os primeiros ares do ano. Se quer mesmo saber, também gosto de pensar que esse ano vai ser diferente. Mesmo sabendo que não. Same shit, different day, dizia o Jonesy no livro do Stephen King que li no natal. Gosto de acreditar nessas coisas, que a sordidez do mundo não é indelevél, mesmo que pareça. Vi num filme uma vez que no mundo ainda há mais bondade que maldade. E é justamente isso que me faz correr demais os riscos dessa highway. É nisso que penso toda vez que entro em casa e vejo a samambaia lá na varanda, fazendo a "parte" dela. Me faz pensar quem é que está realmente vegetando. *Será que eu estou ficando louca? Sim, completamente pirada. Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são assim.  Então, desbitolemos-nos poxa!


* trecho emprestado de Alice's Adventures in Wonderland.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010


"Mas afinal o que é Rock'n roll? Os óculos do John Ou o olhar do Paul?''


Marvin vive dizendo que é o olhar do Paul, embora hoje bem mais engelhado que outrora. Para mim, são os óculos do John no olhar do Paul. Os solos do Jimi Hendrix, a voz articulada do Plant, o rosto bonito de Kurt, a cartola do Slash, o sotaque do Matthew Bellamy, o cabelo do Dylan, o olho pintado do Billie Joe e a barba do Seixas. Até mesmo as feições nerds dos caras do we are the scientists. É tudo isso. E mais um trilhão de coisas.
 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

To be or not to be

Ás vezes eu assisto/leio o jornal. Apesar de já saber com que tipo de coisa vou me deparar. Acho que é para acabar um pouco com essa sensação de desligada do mundo que me persegue. Ou na verdade ainda tenho esperança de estar errada acerca do mundo. Quem sabe de repente  estou lá abrindo o jornal e , dê de cara com um bando de boas notícias, nunca se sabe...
Ontem a noite, dando uma conferida nos inúmeros quatro canais daqui de casa, dos quais dois dão interferência, vi uma matéria sobre a epidemia de cólera no Haiti. 284 mortos. Muitos jovens. Sei lá, sempre que vejo esse tipo de notícia me divido. Uma parte de mim, - a mais racional - pensa coisas do tipo, "ah, achei que não se morresse mais disso no mundo!" (é absurdo afinal), a outra parte reflete coisas sobre como acho um tremendo desperdício se morrer jovem e como nossa vida às vezes é frágil e efémera.
Aliás, boa parte do meu tempo eu passo pensando em existência, ninguém se importa, a violência do mundo, ser ou não ser. Sempre tive meus momentos Hamlet. Menos dramáticos e sem caveira na mão, mas posso dizer que desde os períodos mais mesolíticos da minha vida estão presentes. E pode até parecer insubstancial, mas não é. Marvin não gosta. Acha coisa de velho passar mais tempo pensando que fazendo outra coisa. Mas ele sempre está ao meu lado. Estava lá esse final de semana quando, embaixo da árvore escangalhada da calçada da vizinha, pensava na morte do tio Peu e em suas vidas. Marv vive dizendo que temos duas, a que se tem e a que se deseja. Acho que o tio Peu conseguiu a plenitude de ser os dois. E apesar de não acreditar muito na sorte acho que se ela existir, deve ser isso.  Coisa mais complicada esse negócio de ser ou não ser. ?

domingo, 17 de outubro de 2010

I'm not dog no

Meu cachorro esses dias fez um ano. Teve bolo, vela, bagunça e biscoito de cachorro. Depois que apaguei a luz para dormir fiquei imaginando como deve ser para os cães, cujo tempo é ainda mais rápido. É quase uma velocidade da luz na verdade, já que um cão vive em média 20 anos e eu com  essa média ainda não sou porra nenhuma (francamente, estudante nesse país não é ninguém, meu ex-orientandor de I.C. mesmo vivia dizendo que "quando eu fosse gente blá blá blá...")
Tudo bem que para um bicho esgulepado que só come e dorme, 20 anos está de bom tamanho, eu até vivo insistindo para ele levantar o traseiro e latir pra vida, mas ele não me escuta, como o resto do mundo, então parece que tenho mesmo uma visão muito errônea das coisas. Sabe que nunca tive vontade dessa vida bacana de comer, dormir e "me sentar no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar (pararárararara)," muito pelo contrário. Tá, tá... e o que eu consegui com isso até agora? Nada. Mas, fazendo um paralelo entre a vida do meu cachorro e a minha vida de cão, acho que ainda prefiro a minha correria de duas universidades, estágios, cursos, chegar tardão, comer mal. Mesmo que tudo às vezes pareça sem sentido, mesmo que quando eu me olhe no espelho e me pergunte o que quero da vida a resposta seja:  ainda não sei. Minha mãe mesmo vive dizendo que eu não quero nada, vai entender... Desculpa mãe, se eu não vou ser uma "doutora, padre ou policial, e se eu não estou contribuindo com a minha parte para o nosso belo quadro social," desculpa a minha utopia maldita de achar que a gente tem que antes de qualquer coisa se encontrar nessa vida.
Enfim, fugi completamente da coisa, e como dizia um ex-professor, a gente tem que ter foco people! O que eu queria com tudo isso era só dizer feliz aniversário ao Shake, meu cão de alma nobre, bem mais nobre que muita gente por ai...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Small changes

Na verdade nem mudou muita coisa, a diferença é que agora eu escrevo aqui e não. Nem me perguntem o porquê, eu também não sei explicar, a grande verdade é que em algum momento a gente se vê querendo mudar, seja de casa, de rumo ou de espírito...
Enfim, é só mais um blog mas para mim é como se fosse uma coluna social no New Work Times, parece que aqui eu consigo expulsar um pouco os fantasmas da minha mente problemática, acho até uma contradição de deus alguém tão incongruente com uma mente tão à mil, talvez uma coisa compense a outra, não sei, nada disso tem fundamento, nem tem fundo científico, são apenas indagações, como na propaganda do canal futura. E como as coisas mudam o tempo todo mesmo, acho que vale questionar, descobrir e principalmente mudar.